A Cara do Rádio - Marcondes Pereira

Nome: Marcondes Antonio Pereira
Data de Nascimento: 20/11/1955
Local: Campina Grande PB
Função: Supervisor de Operações, Musico e Produtor Musical

Sua caminhada na Profissão: Comecei minha carreira em 1973 como operador e locutor da Rádio Teresópolis AM na cidade do mesmo nome onde mais tarde passei a programador, supervisor de operações e comunicador, apresentava um programa de auditório à tarde. Querendo ampliar meus conhecimentos vim para o Rio de Janeiro e trabalhei como operador de áudio na Rádio Carioca, fiquei pouco tempo nesta emissora, pois fui chamado para trabalhar na Rádio Tupi AM. Nesta empresa exerci a função de operador de áudio nos programas ao vivo da emissora trabalhando com Paulo Barboza, Paulo Lopes, Carlinhos de Azevedo, Colly Filho e Cidinha Campos. Parte do meu horário era dedicado às gravações das produções da casa, foi ai que me despertou o interesse pela sonoplastia, um trabalho fascinante onde você pode dar vida a um simples texto e transformá-lo numa chamada vibrante, alegre e que desperta a atenção de quem ouve. Novelas de rádio onde toda a imaginação do ouvinte é induzida pela sonoplastia. Mas eu ainda não estava satisfeito, queria mais. Neste período eu me afastei do Rio e fui trabalhar em Campinas a convite do astrólogo mais famoso da época Omar Cardozo, em Campinas tinha um estúdio dentro da fazenda do Omar e lá nós produzíamos seu programa que era distribuído para todo o Brasil. Por motivos familiares eu tive que retornar a Teresópolis e perdi o contato com Omar Cardozo, voltei a Rádio Teresópolis que nesta época já pertencia ao Sistema Globo de Rádio, foi então que eu vi ali a minha chance de realizar um sonho, o de trabalhar na Globo. O Sistema Globo tinha várias emissoras próprias no interior e um diretor era encarregado pela coordenação dessas emissoras, seu nome, Cid Camargo, já falecido. Certo dia fui à sala do Sr. Cid pedir aumento e para minha surpresa, ao invés de aumento salarial, o Sr. Cid me convidou para trabalhar na Rádio Globo. Claro, isso era mais que um aumento, era a minha chance de realizar meu sonho, além de ter o salário elevado quase que três vezes o que eu ganhava, na mesma hora eu disse sim. Chegando a Rádio Globo, me apresentei ao Sr. Gilman Portela que me encaminhou para a Rádio Mundial também pertencente ao Sistema Globo, o grande sucesso do rádio AM da época, comecei meu trabalho como operador e logo em seguida conheci o Formiga que era o chefe da área técnica, ele me colocou trabalhando também na Rádio Globo, ou seja: eu fazia dois horários na empresa. Foi um grande aprendizado, trabalhei com os grandes nomes do rádio como: Haroldo de Andrade, Mário Luiz, Édmo Zarife, Jorge Cury, Valdir Amaral, Adelzon Alves, Luciano Alves, José Carlos Araújo, Paulo Giovanni, Waldir Vieira e muitos outros de grande valor. Aprendi a ser perfeito, a não errar, a fazer as coisas com criatividade e carinho, pois estava fazendo um trabalho para a Rádio Globo, a maior de todas. Mas a sede de conhecimento não parava e comecei a me interessar pela televisão, a convite do diretor da Radiobrás Roberto Rosemberg fui trabalhar como sonoplasta do programa Flávio Cavalcanti apresentado na extinta TV Tupi, ali fiquei até o programa sair do ar. Pelo trabalho que realizei na TV Tupi fui convidado a trabalhar como sonoplasta da Rádio Nacional. A Radiobrás resolveu colocar no ar a Rádio Ipanema (antiga Rádio Mauá) e mesmo sendo sonoplasta da Nacional comecei a apresentar um programa jovem na Rádio Ipanema. Foi o maior fenômeno do Rádio nos anos 80, pois com a morte de Big Boy o maior comunicador jovem do rádio brasileiro que falava muito rápido e engraçado, o rádio ficou meio parado, sem vibração, pois as rádios jovens tinham uma locução mais coloquial e os locutores se limitavam a anunciar as músicas e ler as notas. Quando apareci na Ipanema eu trouxe uma linguagem toda diferente, falando como os jovens da época falavam e isso transformou todo o rádio musical, pois depois da minha estréia muitas outras emissoras do segmento passaram a contratar locutores que tivessem esse perfil. Com o sucesso da Ipanema comecei a participar de programas de televisão como jurado de concursos de dança e o programa que fazia sucesso nas tardes de sábado era o do Carlos Imperial na TV Tupi. Outro apresentador de TV de sucesso era o Monsieur Lima, uma versão franco-cearense do Big Boy e lá estava eu sendo entrevistado e dando dicas de músicas de sucesso e lançamentos. Junto a tudo isso, também acompanhei de perto o surgimento de estrelas como, Cazuza e o Barão Vermelho, Sandra de Sá, Jessé, Gilliard e até a comediante Fafy Siqueira que era cantora, nós fazíamos shows pela capital e interior, também acompanhei a produção e divulgação no Brasil do Cantor Jim Capaldi, uma lenda do Rock, ex-baterista da banda Trafic que veio a falecer em 2008. Seu último sucesso foi a regravação da música Ana Julia da banda brasileira Los Hermanos. Nos anos 80 começou a surgir o FM, pois até então, apenas a Rádio Imprensa transmitia em freqüência modulada músicas como um serviço para escritórios, consultórios etc. Não havia locução. Ai apareceu a Rádio Cidade FM trazendo uma comunicação mais descontraída e com músicas de sucesso, em pouco tempo a Rádio cidade se tornou o maior sucesso. Os tempos mudaram, a Radiobrás mudou toda a sua programação acabando com a música jovem da Ipanema e transformando a emissora numa rádio especializada em samba. Foi então que eu passei a trabalhar efetivamente em televisão, através de um amigo locutor fui levado a TV Bandeirantes e comecei a trabalhar como sonoplasta. Ali eu sonorizava programas ao vivo como Edna Savaget, Bola na Mesa programa de esporte que era apresentado por Alberto Léo, Paulo Stein, Márcio Guedes e Galvão Bueno e os Tele-Jornais, montava as chamadas da casa e os comerciais. Em 1983 surgiu uma vaga na Rede Globo de Televisão e lá fui eu encarar mais um desafio. O de sonorizar chamadas. Não demorou muito e eu já estava dirigindo as gravações de texto de um dos maiores locutores que eu já conheci, Dirceu Rabello, não só dirigia as gravações como também produzia trilhas para sonorização de programas, pois além do rádio eu também sou músico, toco piano, guitarra e violão. Paralelo a TV Globo, eu ainda trabalhava no Estúdio Nova Onda, onde aprendi a técnica da captação, gravação e mixagem de jingles, vinhetas e discos. Como se não bastasse ainda arranjei tempo para ser o sonoplasta do palhaço Bozo que liderava a audiência infantil na época na TVS canal 11, hoje SBT. Fiquei dois anos trabalhando com o Bozo entre os programas de estúdio e as viagens para shows. Foi neste programa que aconteceu um fato que teve uma repercussão enorme, pois o programa era ao vivo e um garoto xingou o Bozo no ar. Quero aqui prestar minha homenagem aos dois atores que faziam o Bozo no Rio. Charles Myara e Nany, este último se tornou o vocalista de um grupo de pagode que chegou a fazer sucesso, o Ginga Pura. O Charles ainda continua atuando e é visto em algumas novelas da TV Globo. Em 1987 fui transferido para Belo Horizonte onde exerci a função de editor de imagens do jornalismo, editando matérias nacionais para o Fantástico, Globo Esporte e demais programas jornalísticos da rede. Como sempre, não me contentava em fazer somente uma coisa, por isso, cobri as férias de um comunicador da Rádio Globo AM Minas e apresentei o programa Show da Madrugada. Neste mesmo período em BH, trabalhei na Formaset uma produtora de vídeo. Lá eu além de editar comerciais para TV, dirigia documentários, pequenos comerciais e campanhas políticas. De volta para o Rio de Janeiro em 1992, continuei na minha função de sonoplasta na Rede Globo onde fiquei até 1996. A convite de um dos maiores técnicos e para mim um gênio, o José Cláudio Barbedo, admirado por todos os técnicos e conhecido pelo apelido de “Formiga” retornei ao Sistema Globo de Rádio para exercer a função de sonoplasta. Eu sonorizava programas, criava vinhetas para todo o Sistema e fui o responsável por toda a plástica da grande novidade do momento no sistema, a Rádio Clik, às vezes entrava no estúdio às 15h e só parava por volta das 02h00. Foi muito bom ter feito esse trabalho e ver hoje com alegria que a nossa Unidade Digital é um sucesso. Isso é apenas um resumo do que eu fiz no rádio e na tv ao longo da minha carreira, porém, vou colocar as emissoras que trabalhei e o que fiz, de uma forma mais simples. Alem da carreira de radialista, sou músico e produtor musical.

Eventos que trabalhei: Rock in Rio 1985 – Sonorização para TV Globo
Copa do mundo de 1982 – Rádio Nacional do Rio com José Carlos Araújo
Carnaval na Avenida Marques de Sapucaí – Sonorização para Rede Bandeirantes e no ano seguinte para Rede Globo.
Aniversário de 60 anos da Rádio Globo no Maracanã

Emissoras onde trabalhei: Rádio Tupi – Operador de áudio, Rádio Carioca – Operador de Áudio e produtor, Sistema Globo de Rádio (Primeira vez) – Operador de mesa e gravações, Radio Nacional – Sonoplasta, Rádio Ipanema – Locutor animador, Rádio Tamoio – Locutor e operador, Rádio Imprensa FM – Sonoplasta e programador, Rádio Melodia – Coordenador de programação e locutor (Detalhe: A Rádio Melodia FM foi inaugurada em Petrópolis e nesta data eu coordenava a emissora com José Messias e a inauguração teve a presença de Roberto Carlos. Fui o primeiro locutor da emissora que anos depois foi vendida e mudou a programação para o segmento Gospel), Rádio Mundial – Operador, Sistema Globo de Rádio – (segunda vez) Sonoplasta, Rede Globo – Sonoplasta e produtor musical (11 anos), Rede Bandeirantes – Sonoplasta, TV Tupi – Sonoplasta, Rede Record de Televisão - Sonoplasta, SBT – Sonoplasta, Estúdio Nova Onda – Técnico de gravação e mixagem.
Este não é um currículo e sim uma pequena história da minha carreira no rádio e na tv para que os mais novos possam nos conhecer e aprender.
Hoje sou Supervisor de Operações do Sistema Globo de Rádio no Rio de Janeiro e um grande apreciador de novidades, ainda mais quando são boas.

Curiosidades, Causos...: Conheci o Cazuza quando minha mulher na época era gerente de divulgação da gravadora RGE. Cazuza trabalhava na gravadora como divulgador a pedido do pai dele. Nós conversávamos mito e num desses papos Cazuza me disse que iria montar uma banda e cantar, confesso que achei engraçado, mas depois de algum tempo quando eu trabalhava na Rede Globo de Televisão, encontrei Cazuza no corredor e ele me perguntou se eu gostei da banda dele. Eu respondi que gostei muito e ficamos conversando sobre o destino da banda. Começava o sucesso do Barão Vermelho.

Sonhos, gostos pessoais...: Meu sonho é ver meu trabalho musical sendo reconhecido pela mídia. Gosto muito de música e de fazer música. Sou cantor e toco violão, guitarra e piano. ainda pretendo trabalhar apenas como produtor musical com meu próprio estúdio.
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