Rádio digital no Brasil em 2010

Tunel do Tempo: 2009

Brasília - A rádio digital deve começar a ser utilizada comercialmente no Brasil a partir de 2010. A expectativa é que o governo federal defina a adoção de um modelo até o fim do ano. No mês passado, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, abriu uma consulta pública para discutir, dentro de 180 dias, qual será o padrão.
O anúncio foi feito durante o 25º Congresso Nacional da Radiodifusão. “O rádio não podia mais ficar analógico em um mundo digital”, comemorou o presidente da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slaviero. Segundo ele, a transição de sistema será mais suave e barata do que no caso da televisão.
As transmissoras poderão utilizar a mesma estrutura, como antenas de sinal analógico. “As frequências continuarão as mesmas e o sinal digital vai coexistir com o analógico. Não trabalharemos com prazos para a migração de modelo como no caso da televisão, que precisará ser 100% digital a partir de 2016.”
A mudança de sistema melhorará principalmente a qualidade do som que chega aos ouvintes. A ideia é que uma AM fique com a qualidade de FM e que uma FM seja equiparada à fidelidade de um CD. Outra novidade é o envio de mensagens aos displays dos aparelhos receptores – será possível, por exemplo, ter informações instantâneas, como previsão do tempo ou dados sobre a música que está tocando.

Aparelhos
O assessor técnico da Abert, Ronald Barbosa, explicou que não será possível captar o sinal digital com os atuais receptores analógicos. Segundo ele, os aparelhos mais simples custariam hoje cerca de R$ 100. “Mas esse é um valor que, com certeza, diminuirá com a popularização do novo sistema.”
Em contrapartida, o custo para as empresas transmissoras adotarem o padrão digital é pelo menos 12 vezes mais barato do que a preparação das emissoras de tevê. Em média, será de R$ 150 mil a R$ 300 mil, contra R$ 2 milhões a R$ 5 milhões das televisões. O investimento também não elimina a capacidade de transmitir o sinal analógico.

Modelos de transmissão
Representantes de dois modelos de rádio digital participaram do congresso, organizado a cada dois anos pela Abert. O HD Radio (americano) corre na frente do DRM (europeu) porque já está sendo utilizado experimentalmente em 38 emissoras brasileiras. “Nenhum dos sistemas é perfeito e todos têm que ser aprimorados com o tempo, mas nós estamos confiantes de que somos a melhor opção de digitalização para o Brasil”, afirmou o presidente para a América Latina do HD Radio, John Schneyder.
O sistema americano tem a simpatia da Abert porque garante a coexistência dos sinais analógicos e digitais a partir das frequências que existem hoje. Por outro lado, o francês Michel Peneroux, representante do DRM, declarou no evento que o sistema europeu é mais interessante para o Brasil porque, ao contrário do rival, não exige o pagamento de royalties.
"O DRM não tem nada a vender, é aberto", disse Peneroux. O sistema já é adotado na Alemanha, China, Espanha, França, Índia, México e Rússia. Além desses modelos, deverá participar da consulta pública o ISBD-T, do Japão. Por último, ainda há expectativa de criação de um modelo nacional.

Fonte: Gazeta do Povo (André Gonçalves, Correspondente)

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