A JB AM em minha Vida (Alexandre Otero)
1- Conheci o saudoso locutor Majestade quando ele estava chegando em seu belo
Impala para trabalhar. Eu era um garoto ainda e ele foi simpático com os que ali
estavam a admirá-lo. Já o tinha visto na tv Globo, acho que no "Jornal de Vanguarda". Alguns anos depois soube da sua morte, que ocorreu no interior de seu carro dentro de um túnel (sentiu-se mal, encostou o veículo e ali foi encontrado). A tv Globo na ocasião prestou-lhe homenagem com um belo texto gravado por ele mesmo em que fazia referência a modos simples de morrer. Nesta
época já o ouvia na também saudosa Rádio Mundial 860.
2- Soube da morte de um técnico que estava fazendo manutenção na torre transmissora (moradores próximos disseram que houve o ligamento indevido do transmissor na ocasião do serviço).
3- Até hoje tenho uma radio-vitrola Philips que foi do meu falecido pai. Eu estava com uns 5 anos e morava há poucos meses ali perto; a tv pifou e meu pai passou a ouvir a JB pela noite, e mostrou-me o quão forte era o sinal da rádio ali captado, a ponto de fechar totalmente o "olho mágico" do receptor, o que não acontecia com as demais emissoras. Passei então a interessar-me por rádio.
4- Um dia, já com uns 10 anos, levei enorme susto quando estourou uma chispa de um raio que passou pelo basculhante do banheiro quando eu estava tomando banho. Saí correndo pelado e chorando, e fui aos meus pais na cozinha. O mesmo também tinha acontecido com eles lá, mas ninguém se feriu. Soubemos depois que aquilo foi consequência de um raio que caiu no para-raio da torre.
5-Aos 14 anos (1970) eu já mexia com rádios. Estava ajustando as bobinas de FI de ouvido num rádio transistorizado e ouvindo a JB AM como guia; a JB ora ficava fraca, ora distorcia e apitava e eu não conseguia um ajuste legal. Pouco depois soube que estavam em testes de Magé. Vi de casa a desmontagem da torre de transmissão .
Eram três rádios no 7° andar: JB AM, JB FM e CIDADE FM. Todas elas tinham na época um padrão de equipamentos, inclusive na disposição dos mesmos, o que facilitava em muito a operacionalidade: mesas Gates estéreo de 10 canais, cartucheiras Gates para dois tamanhos de cartuchos Phidelipac, gravadores/reprodutores de rolo Ampex, microfones Newman, etc. Pena que não tirei fotos (acho que não permitiam).
Em 1981 houve uma reformulação estrutural, onde os locutores passaram também a operar (ouvia-se até os clics das chaves e botões), e os operadores foram dispensados, o que tirou um tanto do brilho. O recém falecido Eliakim Araújo aguentou por pouco tempo nesse esquema.
É muito triste ver hoje aquele prédio onde foi outrora uma grande e valiosa empresa. Quando escuto as fitas por mim gravadas, ainda sinto a energia super positiva daquelas emissões e de tudo que diz respeito à elas.
Ouvi e gravei muitos programas "Noturno". Assisti a gravação de um programa quando em visita aos estúdios em 1979. O Luiz Carlos Saroldi fazia perguntas e comentários a um artista que não estava no momento. Logo entendi que tal programa iria ao ar gravado e editado (a parte do artista já estava gravada em outra fita e seria feita a montagem pelo sonoplasta).
Escrevi algumas vezes para o referido programa para elogiar e pedir músicas que queria gravar e não conseguia divido ao meu trabalho. Fui sempre atendido! Só me restou uma gravação onde o Luiz comenta sobre uma carta minha (1979).
Saudosa Rádio Jornal do Brasil AM - Alexandre Otero
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